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Notícias do Varejo

09
Agosto 2022

Endividamento tem segunda queda seguida, e inadimplência cai

O percentual de endividados registrou o segundo recuo seguido após alta recorde da série histórica em abril deste ano. Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias que relataram ter dívidas a vencer chegou a 77,3% em junho, queda de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior. A proporção, no entanto, representa crescimento de 7,6 p.p. na comparação com junho de 2021.

A inadimplência também apresentou queda. A proporção de famílias com contas em atraso retraiu 0,2 p.p., a primeira queda desde setembro de 2021, chegando a 28,5%. Entre as que afirmam que não terão condições de pagar as contas atrasadas, a retração também foi de 0,2 p.p., atingindo 10,6%, o menor percentual do indicador desde fevereiro deste ano.

As dívidas no cartão de crédito, que representam 86,6% dos endividados, tiveram a segunda redução consecutiva, de 1,9 p.p.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, atribui a queda à evolução positiva do mercado de trabalho. “Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão”.

Recortes de endividamento e inadimplência

Segundo os dados da Peic, a proporção de mulheres endividadas é de 80,1%, enquanto a de homens é de 76,5%. Contudo, de maio para junho, o endividamento apresentou queda entre o público feminino, de 0,7 p.p., enquanto entre o público masculino o percentual aumentou 0,3 p.p.

O estudo também apontou que a maioria dos consumidores (33,4%) que precisaram atrasar contas ou dívidas em junho não concluiu o ensino médio. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, explica que, apesar de o mercado de trabalho estar absorvendo trabalhadores com menor nível de escolaridade, o rendimento médio, achatado pela inflação elevada, dificulta a organização do orçamento familiar. “Além disso, o avanço recente da informalidade no emprego é mais um fator que aumenta a volatilidade da renda do trabalho e atrapalha a gestão das finanças pessoais”, acrescenta.

 

Fonte: CNC

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