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Notícias do Varejo

21
Fevereiro 2019

Inadimplência abre o ano em queda, com crescimento de 2,42% em janeiro

O ano de 2019 começou com sinais de acomodação da inadimplência. Dados do Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que, mesmo com o crescimento do número de consumidores negativados na comparação anual, o avanço foi menir em janeiro de 2019 ante os últimos meses, alcançando 2,42%.

Já os números de dívidas apresentou recuo de 0,29% no mesmo período, embora o volume de pendência continue crescendo em dois setores específicos: o de bancos, com avanço de 2%, e o de água e luz, com aumento expressivo de 14%. Em contrapartida, comércio e comunicação registraram queda de 7%.

O presidente da CNDL, José César da Costa, disse que, apesar do avanço da quantidade de devedores, o número médio de dívidas vem caindo.

“O problema da inadimplência, que cresceu muito nos anos mais recentes, ainda está longe de ser resolvido. Mas já se observa uma tendência de acomodação, que pode ser um prenúncio de melhora na capacidade de pagamento das famílias”, explicou.

“Este cenário só deve mudar quando a retomada da economia for percebida de fato pelos consumidores, ou seja, com a criação de novos empregos e o aumento da renda”, afirmou.

Depois de alcançar níveis recordes, estima-se que o país tenha fechado janeiro com 62,08 milhões de brasileiros negativados, o que representa 40% da população acima dos 18 anos.

No Sudeste, região que abriga a maior fatia da população, o número de negativados chegou a 26,5 milhões ou 40% da população adulta local. O contingente também é grande no Nordeste, com 16,7 milhões de inadimplentes ou 41% da população adulta.

No Sul, são 8,3 milhões de consumidores com CPF restrito ou 36% da população – a melhor entre as regiões. Já no Centro-Oeste, o volume de negativados é de 5 milhões. No Norte, os negativados somam 5,6 milhões, sendo a maior proporção adulta local, com 46%.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor, que agora começa a livrar-se de dívidas atrasadas, deve cuidar para não voltar à inadimplência.

“Não é baixo o número de consumidores que, depois de sair do cadastro de negativados, acaba retornando. Isso ocorre porque, em muitos casos, a inadimplência tem origem no mau uso do crédito e da falta de controle das próprias finanças. Nesses casos, é fundamental que haja disciplina para fazer a gestão dos ganhos e dos gastos, além de se reconhecer os limites do próprio orçamento”, disse a economista.

Quanto à estimativa por faixa etária, a maior frequência de negativados continua entre os que têm idade de 30 a 39 anos. Em janeiro, mais da metade da população nesta faixa etária (51%) estava com o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,6 milhões.

Outro destaque é a proporção significativa de inadimplentes com idade de 25 e 29 anos (44%), da mesma forma que acontece na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, em que a proporção é de 33%. Já entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 17%.

 

Fonte: CNDL e SPC Brasil

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