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Após o aumento no preço das passagens de ônibus das linhas entre o DF e a Região Metropolitana no início da semana, agora, os usuários temem perder o emprego. Como alternativa, muitos já pensam em mudar de endereço para mais perto do trabalho. No último domingo, a tarifa ficou 11,29% mais cara e, em alguns trechos, os bilhetes ultrapassaram R$ 6,50. A tabela completa das tarifas está no site do JBr.. Na ligação entre Taguatinga e Luziânia (GO), por exemplo, o tíquete subiu R$ 0,70. O valor da passagem era de R$ 5,85 e passou para R$ 6,55. A mudança no valor da tarifa do transporte semiurbano interestadual e internacional de passageiros, autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi anunciado no Diário Oficial da União da última sexta-feira.
Depois que o reajuste passou a valer, a preocupação em garantir o emprego é grande entre os brasilienses. On t e m , no Terminal Rodoviário da Região Metropolitana, os usuários não esconderam o medo, entre eles o casal Elba Rejane Dias, 33 anos, e Cleiton Rodrigues Batista, 40. Hoje, cada um paga R$ 12,20 todos os dias. "Os patrões estão reclamando, querem contratar funcionários que moram mais perto. Antes, a gente pagava R$ 10,90 por dia", afirmou Elba. Moradores de Águas Lindas (GO), ambos trabalham no Plano Piloto e seus filhos também usam o transporte público. Segundo Cleiton, mudar de endereço não é uma opção.
"Não temos como pagar aluguel, e o transporte pirata émuito perigoso. O jeito vai ser pagar mais caro mesmo, mas estamos revoltados com esse aumento", ressaltou o pedreiro. A assistente administrativa Valquíria Rodrigues, 27 anos, garante que se mudar com a família será o próximo passo. "Hoje, nós temos casa própria, mas eu e meu marido estamos pensando em voltar a pagar aluguel e morar mais perto. Ficar nessa situação é impossível, nem o carro compensa por causa do preço da gasolina", comentou. Todo dia, Valquíria pega quatro ônibus e paga R$ 6,10 por cada passagem, após o reajuste. "Soube de empresas que estão dispensando os empregados que moram no Entorno", acrescentou a assistente, que também mora em Águas Lindas (GO).
versão oficial . Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) explicou que "o cálculo da tarifa é feito levando em consideração a totalidade dos custos da operação, que inclui, entre outros elementos, combustíveis, lubrificantes, peças, acessórios, veículos e despesa com pessoal". A ANTT ressaltou ainda que cada item de custo tem sua variação apurada por índices oficiais específicos divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP). Impacto grande no fim do mês Ainda no Terminal Rodoviário da Região Metropolitana, o ajudante de pedreiro Almir da Silva, 53 anos, alertou para o impacto desse aumento no fim do mês.
"Antes, eu pagava R$ 5,15. Agora, pago R$ 5,75. Parece pouco, mas isso faz muita diferença no total. Para piorar, tenho certeza de que essa mudança no valor dos bilhetes vai resultar em demissão", comentou. Segundo ele, que mora no Lago Azul (GO) e pega dois ônibus por dia para trabalhar no Plano Piloto, os patrões já pediram para os funcionários separarem a documentação. "Estou apreensivo", concluiu. A falta de aviso prévio sobre o reajuste também amplia a lista de reclamações da população. "Fui pego de surpresa. Aliás, uma péssima surpresa", contou o auxiliar de manutenção Lindomar de Oliveira, 35 anos, que mora em Luziânia.
"Isso é uma falta de respeito. As pessoas e as empresas precisam se programar. Todo dia, pego quatro ônibus e, agora, pago R$ 5,85 por cada passagem para Luziânia. Por sorte, a minha empresa não ameaçou demissão, mas conheço gente que ficou com medo de perder o emprego e, por isso, está tirando do próprio bolso", completou. Lindomar afirmou ainda que até o clima no trabalho é afetado. "Toda vez que isso acontece, começam as piadas com quem é do Entorno. De fato, as empresas priorizam as contratações do DF e o clima é de pura instabilidade. Dessa vez, não serei atingido. Minha empresa está adequando o vale transporte ", conclui.
Clima tenso entre categorias. Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) defendeu o direito dos agentes policiais de custódia de exercer as funções no âmbito da Polícia Civil do DF (PCDF), em delegacias, por exemplo, fora das penitenciárias. "Em novembro de 2015, o Sinpol deflagrou uma paralisação setorial dos agentes policiais de custódia em razão da decisão do diretor-geral da PCDF, Eric Seba, em disponibilizar 115 agentes policiais de custódia para trabalhar na Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Seipe), sem ouvir os policiais interessados. Quanto à decisão proferida na última terça, 16, a diretoria do sindicato informa que já acionou a assessoria jurídica para tratar das medidas judiciais cabíveis".
"FALTA DE EMPENHO" No meio de toda a confusão após a fuga dos dez detentos, um dos principais envolvidos no problema, o diretor da Papuda, Mauro Cezar Lima, chegou a sugerir falta de empenho dos policiais civis em ajudar na captura dos fugitivos. Em resposta, o diretor da Polícia Civil, Eric Seba, disse que as declarações "sã o i nf un da d as ": "Nos causou espanto isso porque, inclusive, nossas aeronaves estiveram mobilizadas, se não me engano, por sete horas seguidas, nas buscas. Acredito que tenha sido uma manifestação infeliz e desrespeitosa com a instituição". Outra polêmica gira em torno das guaritas ao redor do Complexo da Papuda, que estão vazias.
Assim que o sumiço dos presos veio à tona, o secretário de Justiça afirmou que, "se a guarita estivesse ocupada e funcionando, seria um dificultador maior". Na avaliação do promotor de Justiça Marcelo Teixeira, se as coisas continuarem assim, a tendência dentro das prisões e centros de detenção é piorar. "Esta situação é complicadíssima, grave. O MP vem alertando as autoridades e é um conjunto de medidas que devem ser adotadas", conclui. Agentes insuficientes. O secretário-geral do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciária (Sindpen-DF), Wesley Barreto Bastos, disse não ter detalhes sobre como os detentos do prédio da Penitenciária do DF (PDF 1), popular Cascavel, escaparam.
Ele garante, no entanto, que a falta de condições de trabalho dos profissionais é fator determinante. "A equação é bem simples: superlotação mais efetivo reduzido mais falta de equipamentos de videomonitoramento é igual a fuga", afirma. Para ele, a única solução é aumentar o efetivo de servidores, que atualmente fica entre 1,3 e 1,6 mil agentes. Conforme mostrou o JBr. na semana passada, enquanto a população carcerária da Papuda quase dobrou desde 2009, passando para mais de 14 mil, a quantidade de agentes caiu pela metade. "É impossível 20 pessoas vigiarem uma área com três mil. Não se consegue revistar todos os pertences e a cela inteira", expõe Bastos.
Segundo ele, a atuação da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), responsável pelo sistema penitenciário desde o ano passado, melhorou a situação dos visitantes, mas ainda não trouxe benefícios aos servidores. "Cobrávamos da Secretaria de Segurança e agora cobramos da Sejus para que faça um sistema de videomonitoramento com sensor de movimento. Isso nos alerta mais rapidamente para fuga", completa. Em nota, o sindicato também informou que, "em alguns casos, os servidores se veem obrigados a utilizar o próprio salário para comprar equipamentos de segurança, como as câmeras que foram instaladas recentemente em uma das unidades".
versão oficial. Sobre reativar as guaritas, a Secretaria de Justiça informou que estuda trabalho conjunto com outros órgãos para aumentar a segurança. A Sejus destacou obras para amenizar a superlotação: ampliações da Penitenciária Feminina do DF para mais 400 vagas ( 85% concluída) e do Centro de Detenção Provisória (CDP), em fase de conclusão, com mais 400 vagas. São erguidos, desde agosto passado, quatro CDPs. A pasta diz que, além da decisão judicial que prevê o retorno de agentes cedidos, há concurso em andamento com 200 vagas imediatas e 900 para cadastro reserva. O governo estuda ainda aumentar o quadro de agentes de atividades penitenciárias, entre outras medidas.
Caça no Lago assusta. Os moradores da QI 17, no Lago Sul, acordaram com viaturas policiais rondando a quadra e vigiando a entrada de condomínios. Após a suspeita de um dos dez fugitivos do Complexo Penitenciário da Papuda ter sido visto no matagal da região, a Polícia Militar enviou quatro veículos na manhã de ontem. Até o fechamento desta edição, seis homens haviam sido recapturados. A movimentação atípica na região começou na noite de domingo, quando, motivada tanto pela fuga quanto por crimes registrados à tarde, a corporação colocou helicópteros para sobrevoar a área. Muitos habitantes não conseguiram se informar sobre o barulho, pois houve queda de energia na quadra.
O primeiro incidente foi por volta das 19h. O caseiro de uma residência no Conjunto 19 sofreu sequestro relâmpago ao chegar de carro e foi deixado em Taguatinga, onde os criminosos lhe deram R$ 20 para voltar para casa. Minutos antes, a mansão do ex-vice-governador Tadeu Filipelli teria sido invadida, mas sem registro de furtos. Os casos foram registrados na 10ª DP (Lago Sul), mas, segundo o delegado Plácido Rocha, não há indícios para afirmar que os crimes foram praticados pelos fugitivos. "Foi atípico também por causa da falta de luz. A gente só soube sobre os fugitivos ao ler o jornal de hoje ( on te m) ", disse o servidor público Vander Lage, 47 anos, há nove anos na QI 17.
"Se foram eles que estavam aqui, é a primeira vez que isso acontece. Aqui é tranquilo, e o policiamento, razoável", acrescentou. Segundo Vander, ao ouvir os helicópteros, como estava prestes a ir dormir, ele checou se as portas estavam trancadas e se recolheu. "A gente ficou um pouco assustado, mas nada de pânico", apaziguou. Uma mulher de 60 anos, no comércio da entrada da quadra, admitiu ter ouvido todo o barulho da movimentação policial, mas disse não ter se informado a respeito. Outro morador disse ter escutado sobre a possibilidade de os fugitivos estarem na região e garantiu se sentir seguro, pois existe apenas uma entrada na QI e ela é vigiada por seguranças particulares em uma guarita.
ponto de vista. O presidente da Comissão de Ciências Criminais e Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Alexandre Queiroz, avalia que o encarceramento em massa, a falta de efetivo e investimento público são fatores-problemas. "O que aconteceu mostra a falência do sistema penitenciário brasileiro. Precisamos levantar um debate com menos "achõe s" e mais técnico para descobrir a melhor forma de punir as pessoas. Precisamos individualizar cada caso e trabalhar com penas alternativas. Estamos prendendo como nunca e a violência continua crescente."
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