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Notícias do Varejo

04
Fevereiro 2013

FGV vê tendência de alta para inflação

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, mostrou ceticismo em relação ao comportamento da inflação nos próximos meses, que deve resistir em patamares elevados se mantido o desempenho atual dos preços de alimentação, administrados e de serviços.

"São esses grupos que têm dado a dinâmica da inflação, refletindo sobretudo o mercado de trabalho apertado", disse Picchetti, ao comentar o IPC-S de janeiro, de 1,01%.

Ele alerta para o fato de que o desemprego no piso histórico e a renda em ascensão têm pressionado os preços de alimentos e de serviços, enquanto a oferta não acompanha tal ritmo.

Especificamente sobre alimentação, o coordenador comentou que o acumulado do grupo em 12 meses sugere que a tendência de alta deve permanecer. Como exemplo, ele lembrou que em janeiro de 2012 alimentação acumulava avanço de 5,25% em 12 meses.

"Era metade do que temos agora e a trajetória era de desaceleração. Hoje, o grupo está em patamar elevado e com tendência de aceleração", comentou. Em 12 meses até janeiro de 2013, o avanço é de 10,80%.

De acordo com Picchetti, houve mudança no padrão de comportamento deste grupo, cujos preços, antes, oscilavam para cima para depois devolver as altas, mas agora apresentam resistência muito grande para arrefecer. Atualmente, sobem mas a posterior correção para baixo acaba não ocorrendo na mesma magnitude do movimento ascendente.

Por isso, afirma o coordenador, a pressão de alimentação não pode ser atribuída somente a fatores climáticos. "Não se trata de um choque temporário de oferta", explicou. Segundo ele, curiosamente os preços elevados dos alimentos não têm conseguido estimular a oferta, apesar do ditado segundo o qual "o preço em alta é o melhor adubo".

Dentro de alimentação, a pressão de preços está generalizada. "A única coisa que não está subindo são as carnes bovinas", disse. Contudo, os produtos in natura são destaque naquele conjunto de preços. "Hortaliças e legumes têm alta de 43,61% acumulada em 12 meses", informou.

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