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Mais escolarizadas e com menos filhos, as mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho em uma década (2000 a 2010), mas ainda se ocupavam em setores tipicamente femininos. O retrato surge de novos dados do Censo de 2010, divulgados esta semana.
Das mulheres com mais de dez anos, 43,9% estavam empregadas em 2010, acima dos 35,4% de 2000. Nesse intervalo, o percentual de homens variou menos: de 61,1% para 63,3%.
O ingresso de mais mulheres no mercado de trabalho não mudou, porém, o perfil das ocupações. Elas continuam a ser maioria em trabalho doméstico (92,7%, maior percentual), saúde e serviço social, educação e alojamento e alimentação (hotéis e restaurantes). O único setor de melhor remuneração com presença feminina expressiva (50,3%) era o financeiro.
Já em construção civil, transporte, armazenagem e correio e indústria extrativa, elas tinham uma participação muito pequena. Na indústria de transformação, que paga altos salários, ficavam com pouco mais de um terço das vagas.
Para Vandeli Guerra, técnica do IBGE, com menos filhos e mais anos de estudo, a mulher passou a se oferecer mais para trabalhar. Mas permanece, diz, a divisão de setores mais masculinos e outros mais femininos.
Os empregadores, afirma, demandaram também mais mulheres aproveitando-se da maior qualificação feminina e da necessidade de preencher novas vagas no período de forte crescimento econômico (a partir da segunda metade dos anos 2000). A maioria dos homens já estava ocupada. A oferta era menor.
O total de mulheres com curso superior era de 12,5% em 2010, mais do que os 9,9% de homens. Entre os jovens (25 a 29 anos), a diferença era ainda maior: 15,3% das mulheres tinham diploma, contra 10,6% dos rapazes.
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