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Em todo o País, as lojas voltaram a financiar as compras do consumidor por meio de cartões próprios, carnês e boletos, depois do fim de muitas parcerias com bancos nos últimos anos. Com a ascensão das classes de menor renda, o cadastro dos clientes que compravam a prazo nas redes de lojas chegou a ser a noiva mais cobiçada pelos bancos, que assediaram o varejo para financiar as carteiras de crédito.
Mas, com a alta do calote do consumidor e o achatamento dos spreads diferença entre o custo de captação e o do empréstimo), esse filão ficou desinteressante para as instituições bancárias. Elas ficaram sem margem para bancar esse crédito. Segundo o Banco Central, a inadimplência nesse segmento atingiu em maio do ano passado o pico de 9,4% dos créditos a receber.
O que se vê agora é um movimento em sentido contrário dos últimos anos. Pressionados pela necessidade de vender, muitos varejistas voltaram a assumir o risco de conceder crédito para os clientes, que tinha sido terceirizado para os bancos.
Sinais da retomada do duplo papel do varejo - emprestar dinheiro para poder vender - já aparecem nos dados de crédito do Banco Central (BC). Desde o 3º trimestre de 2012, as concessões de crédito para empresas com recursos livres - que envolve desconto de duplicatas, cheques e cartão de crédito -, são crescentes ante igual período do ano anterior. Isso significa que o varejista está buscando recursos no mercado para bancar a venda a prazo.
No 3º trimestre deste ano, o acréscimo dessas linhas atingiu 16,62% em relação ao mesmo período de 2012, com destaque para antecipação para o cartão de crédito (50%), aponta levantamento feito com base em dados do BC pela economista-chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues.
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