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A decisão do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, de manter o programa de estímulo à economia americana deve atenuar a pressão sobre o Banco Central brasileiro para aumentar a taxa básica de juros, a Selic. A avaliação é do professor da Universidade Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian. “Isso não significa, no entanto, que a Selic vai deixar de aumentar, mas atenua um pouco a pressão inflacionária”, disse à Agência Brasil.
Ele considerou a decisão positiva para o Brasil na medida em que reduz a valorização do dólar em comparação ao real, que tem aumentado as pressões inflacionárias quando importamos produtos, serviços e matérias-primas. “O resultado disso apareceu na queda do valor dos Depósitos Interbancários (DI) negociados no mercado futuro”.
O professor, que tem doutorado pela Universidade de São Paulo e experiência em economia monetária e fiscal, contesta avaliações de especialistas que acreditam que a decisão do Fed foi inoportuna. “Foi acertada e com base no comportamento da economia americana. Trouxe alívios aos mercados internacionais. Atenuou o efeito de valorização do dólar em relação às demais moedas”, analisou.
Ele também lembrou que a medida foi tomada observando indicadores como a inflação e principalmente o nível de desemprego nos Estados Unidos, que está acima do desejado. Por isso, avaliou, o Fed optou por continuar a política de estímulos até que o desemprego diminua, sem que isso cause pressões inflacionárias.
“A questão é que a decisão e a forma como foi anunciada acabou gerando volatilidade nas variáveis. Vimos neste ano uma forte desvalorização do real, provada pela valorização do dólar. Ontem, nós vimos o contrário. Mas esses movimentos, são movimentos do mercado”, observou.
Vartanian, no entanto, destaca que a volatilidade no mercado de câmbio e de juros deve continuar, pois a qualquer sinal de retomada mais consistente da economia dos EUA, os investidores retomarão a compra de dólares em uma expectativa de aumento da rentabilidade das aplicações em títulos no principal mercado financeiro mundial.
“Vale destacar que o fortalecimento do dólar não beneficia a economia dos Estados Unidos, pois se reflete em aumento das importações e queda nas exportações, o que prejudicaria a retomada do crescimento econômico no país.”
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