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O acesso de aposentados à internet cresceu 222% em todo o País, o maior aumento por faixa de idade registrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo IBGE. O estudo usa dados colhidos de 2005 a 2011 e atesta que o crescimento nacional de usuários de internet com 10 anos ou mais foi de 143,8% no período.

Esse incremento se deve a fatores econômicos como o aumento da renda, o acesso ao mercado de trabalho e o crédito fácil. No caso dos mais velhos, também pesou a perda do "medo" da tecnologia.

Além do grupo com 50 anos ou mais, os mais novos registraram grande aumento percentual no período. No grupo de 10 a 14 anos, 24,3% usavam a internet em 2005. A proporção saltou para 63,6% em 2011.

Outra presença forte foi a de estudantes da rede pública de ensino em todo o País. Em 2005, dos 31,1 milhões de alunos com 10 anos de idade ou mais, 24% usavam a internet. Seis anos depois, o número de alunos diminuiu, para 29,2 milhões, mas o percentual que passou a usar a rede mais do que dobrou: foi para 65,8% - ou 19,8 milhões de estudantes.

No Nordeste, 11,9% dos cidadãos usavam a internet em 2005. Esse percentual cresceu para 34% em 2011. Apesar da alta, o número está aquém da marca nacional, que é de 46,5% de usuários. Segundo a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy, fatores como renda e escolaridade pesam no resultado. "Essas duas variáveis também atrapalharam o desempenho do País, que poderia ter sido melhor se esses problemas fossem mais suaves. No caso nordestino, os dois fatores são piores que os do resto do Brasil", explica.

No País, pessoas com menos de 4 anos de estudo marcaram, em 2011, 11,8% de uso. Entre aqueles com 15 anos ou mais de estudo, 90,2% acessaram a internet.

Segundo Beringuy, para que os 53,5% de brasileiros que não acessam à internet possam usufruir desse direito, as desigualdades socioeconômicas devem diminuir. "Crédito e barateamento dos PCs, por exemplo, não foram suficientes para sanar as diferenças de renda e escolaridade. É preciso resolvê-las para elevar os acessos", encerra a pesquisadora.