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No Brasil, os pequenos empreendedores respondem por 39% do total de remunerações, em um volume que supera os R$ 500 bilhões ao ano. O montante, que equivale a cerca de US$ 282 bilhões, é superior ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de riquezas geradas em um país ao longo de um ano, do Chile, por exemplo, estimado em US$ 248 bilhões.
A constatação consta do terceiro caderno da série Vozes da Nova Classe Média, lançado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. A publicação mostra a contribuição do empreendedor para a expansão da nova classe média brasileira e traz dados sobre a formalização da atividade.
De acordo com o estudo, o pequeno empreendedorismo é responsável por aproximadamente 40 milhões dos 92 milhões de postos de trabalho existentes no país, garantindo uma remuneração média de R$ 1,2 mil por mês a cada trabalhador do setor. Segundo o levantamento, apesar das disparidades observadas na comparação entre a remuneração média dos empregados desses negócios (R$ 900) e dos empreendedores que os contratam (R$ 3,4 mil por mês), o ritmo de crescimento dos valores na década indica redução das desigualdades.
Segundo o levantamento, enquanto a remuneração dos empregados em pequenos empreendimentos não agropecuários subiu 2,3% ao ano entre 2001 e 2011, a taxa de crescimento entre os empreendedores não agropecuários foi 1,0% ao ano no mesmo período. Para o conjunto de trabalhadores brasileiros, a taxa de crescimento da remuneração ficou em 2,2% na década. Não são considerados trabalhadores em empreendimentos agropecuários para essa comparação porque, por limitações da base de dados utilizada, não é possível diferenciar empregados em pequenos ou grandes negócios.
O estudo revela que também entre os pequenos empreendedores o processo de crescimento não foi equitativo, com a remuneração crescendo de forma mais acentuada entre os trabalhadores por conta própria, que em geral têm rendimentos mais baixos, do que entre os pequenos empregadores, responsáveis por rendas mais elevadas.
Enquanto a remuneração dos trabalhadores por conta própria cresceu em média 2,2% ao ano ao longo da década, a dos empregadores teve incremento de 0,6% no mesmo período.
Ainda de acordo com o levantamento, as expansões mais significativas na ocupação e na remuneração foram registradas no setor agropecuário e informal.
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