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Notícias do Varejo

13
Março 2013

Analistas dizem que guerra fiscal prejudica economia

A cobrança de alíquotas diferentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos estados prejudica o desenvolvimento econômico do país, disseram especialistas ouvidos em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na noite de ontem. Eles discutiram a proposta (PRS 1/13) do governo federal de unificar as alíquotas do imposto.
Ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy disse que a estrutura do ICMS em vigor prejudica a realização de investimentos ­produtivos.Para ele, é necessária uma deliberação rápida do Congresso sobre o tema para garantir segurança jurídica aos investimentos realizados que receberam incentivos.
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul, considerou fundamental a criação de instrumentos que assegurem a compensação efetiva das perdas de arrecadação decorrentes da eventual redução das alíquotas.
— Se sou totalmente a favor de limitar a guerra fiscal pela unificação das alíquotas, temos de ter regras claras para a compensação e consolidação de situações já estabelecidas.
Nelson Machado, ex-ministro da Previdência Social, apontou várias consequências negativas da guerra fiscal, como ineficiência na alocação econômica, erosão da base de tributação do ICMS e complexidade das legislações em cada estado.
Por sua vez, Guilherme Gomes Dias, ex-ministro do Planejamento, considerou fundamental a realização de reformas que levem a uma redução efetiva da carga tributária e a simplificação da administração do ICMS. Em sua avaliação, a reforma proposta pelo governo federal deixa a desejar, tendo enorme potencial até mesmo para levar a um aumento da carga tributária.
José Roberto Afonso, economista  e doutor pela Universidade Estadual de Campinas, fez um alerta para o risco de a consolidação de incentivos concedidos a empreendimentos no passado atuar como fator de restrição à entrada de novos empreendedores.
Senadores -  Na audiência, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que existe a possibilidade de que a União monopolize ainda mais a concessão de incentivos fiscais e cobrou compensações aos estados a partir da unificação do ICMS.
No mesmo sentido, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) pediram mais reflexão sobre a mudança.
E o senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que há necessidade de buscar uma nova estrutura para o tributo que permita ao país produzir com mais eficiência.

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