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O Banco Central (BC) revisou a projeção para o déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços do país com o mundo – de US$ 78 bilhões para US$ 80 bilhões, este ano. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – o saldo negativo deve ficar em 3,60%, contra 3,53% previstos anteriormente.
Um dos motivos que levaram à revisão foi a menor expectativa para o saldo da balança comercial (exportações e importações), que passou de US$ 10 bilhões para US$ 8 bilhões, neste ano. A conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) deve registrar saldo negativo de US$ 39,9 bilhões, contra US$ 39,4 bilhões previstos anteriormente pelo BC.
Na conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) houve alteração na estimativa de déficit de US$ 51,7 bilhões para US$ 51,2 bilhões. A previsão para o ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) foi mantida em US$ 3,1 bilhões.
Nos dois primeiros meses do ano, o déficit em transações correntes ficou em US$ 19,036 bilhões, contra US$ 17,926 bilhões, registrados no primeiro bimestre de 2013. Essa saldo negativo correspondeu a 5,45% do PIB.
Quando o país tem déficit em conta-corrente, ou seja, gasta além da renda do país, é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo.
Entretanto, o BC não espera, que neste ano, o IED financie todo o saldo negativo. A projeção para 2014 é que os investimentos estrangeiros diretos cheguem a US$ 63 bilhões, a mesma estimativa anterior. Em relação ao PIB, o IED deve ficar em 2,84%, contra 2,85% previstos anteriormente pelo BC. Nos dois meses deste ano, o IED chegou a US$9,230 bilhões.
A previsão do BC para o investimento estrangeiro em ações negociadas no Brasil e no exterior é US$ 5 bilhões, contra US$ 10 bilhões, previstos anteriormente. Para o investimento em títulos negociados no país, a estimativa é US$ 15 bilhões, ante a projeção anterior de US$ 10 bilhões.
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